Mais de um ano desde a última postagem. Falta de tempo, falta de pauta, falta de vontade. O tempo não para e isso é fato, mas eu tento da minha forma tola e humana manter as coisas sempre da mesma forma: os móveis não foram trocados de lugar, as gavetas não foram remexidas, os livros estão nas mesmas prateleiras, na mesma ordem. Tudo isso para que não se percam lembranças que não iriam esvair nem se tudo de material sumisse. Minha mãe faz falta, muita e impreenchível. Os amigos e família, todos sempre dando uma força imensa, mas a poltrona dela ainda está vazia, os enfeites de Natal ainda estão por terminar e eu não aprendi a receita de bolo da moça e do bolo de milho a tempo. Chorei muitos dias desse último ano, estou chorando agora e não sei se um dia irei escrever algo sobre ela sem chorar.
Ao som de 'Impossível', da banda Biquini Cavadão, termino esse post. Lembrem de dizer aos que ama o que sente por eles, pois "(...) não podemos evitar que a vida trabalhe com o seu relógio invisível, tirando o tempo de tudo o que é perecível". Amanhã pode ser tarde: uma frase clichê, mas bem verdadeira. Na verdade, no próximo minuto pode ser tarde: não que se você não disser agora a pessoa vá morrer sem saber, mas ela vai morrer sem ter ouvido no momento em que se sentiu da forma mais intensa. Não meça palavras, não meça os sentimentos, não conte o tempo como se você o pudesse controlar: é uma boba ilusão da humanidade.
"Tanta falta me faz você, queria ver você lá em casa. Oh, mãe! O amor que eu tenho por você é seu!" (Nando Reis)